Um grilo afinado entoa serenatas
P’ras implacáveis solidões noturnas
Um bem querer distante reclamado no estalar dos élitros
Do meu leito Só; aprecio o seu cantar
Vou-me ao encontro da melodia, mas...
Deparo-me com as trevas da noite a me envolver
Uma angustia torva me faz tiritar, antes mesmo de encontrar
O grilo e o seu cantar.
Antes eu fosse uma criatura da noite
Antes pudesse cantar como o grilo
Enxergar as almas como a coruja
Voar como o morcego em noites agreste
Passou a meia noite veloz
A solidão em deuterose noturna
Me faz ainda companhia.
O cantar do grilo?! já não mais
Todos os poemas são de amor!
Assim como a natureza se renova permanentemente
Assim como os sonhos são manifestações da alma
E a cada nascer do sol; é hora de celebrar a vida novamente.